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Temos novos artigos: Carta Aberta em Defesa de A Grande Síntese. "Medicina da Queda", artigo de Gilson Freire. E a mensagem de despedida dos brasileiros, proferida por Ubaldi em São Paulo, 1951.
CASO PIETRO UBALDI (Refutação)
Texto de Fernando Rosemberg Patrocínio
Há no movimento espírita, como se sabe, aqueles que se prendem demasiado à obra de Kardec rebelando-se contra importante pormenor codificado, quando e onde tal obra se declara ser: essencialmente progressiva. Com base em tal mecanismo, gostaria de tecer no presente arrazoado alguns comentários sobre o artigo que carrega título similar (Caso Pietro Ubaldi), assinado por Jorge Rizzini, onde o mesmo evoca a pessoa do escritor espiritista J. Herculano Pires para comentar e recusar a proposta de Pietro Ubaldi, quando do oferecimento de sua obra ao Espiritismo de Kardec expondo suas coerentes e abrilhantadas razões.
Segundo Rizzini, o professor Herculano Pires fora o primeiro a apontar ‘desajustamentos’ na obra de Pietro Ubaldi, o que, de início, e, para tal opróbrio, gostaria de refutar (em negrito e com aspas) nos precisos termos de que:
“Desajustamentos, os trabalhos do Espiritismo de Allan Kardec também os apresentam, e referida situação venho destacando aqui e ali (conquanto minha insatisfação em fazê-lo), mas sempre no objetivo de mostrar aos estudiosos imparciais da questão, que os problemas da ordem do espírito, e, sobretudo medianímicos, são bem mais complexos que o possamos imaginar a uma primeira e apressada análise dos mesmos”.
Ora, já tratei de alguns dos tais ‘desajustes’ da obra de Kardec nos textos: “Onde o Consenso Universal?”, em: “Só Deus o Sabe”, como também o fiz em meu décimo e.Book “Espiritismo e Suas Complexidades”, em resposta àqueles que citam os da obra de Pietro Ubaldi excluindo os seus mesmos, ou seja: os ‘desajustes’ espiritistas e kardecistas. Mas busquemos outros mais como, por exemplo:
“A mensagem constante de ‘O Livro dos Médiuns’ (AK – 1860), assinada por Jesus de Nazaré e que fora transplantada por Kardec - que a corrigira e a deixara, confesso, mais elegante e concisa - para ‘O Evangelho Segundo o Espiritismo’ (AK – 1861), porém, com a assinatura (vejam o ‘desajuste’) do Espírito de Verdade, quando se sabe que um não poderia e não pode ser o outro, pois que Jesus nos prometera enviar o Consolador, o Espírito de Verdade para nos fazer lembrar tudo o que Ele mesmo havia dito e feito e que ficaria eternamente conosco; e por que Kardec, em ocorrência não explicada a quem quer seja, modificara o teor da mesma, e, mais ainda, adulterara a sua autoria trocando seus mensageiros espirituais?”.
Mas prossigamos ainda!
Segundo o referido artigo do confrade Jorge Rizzini, o notável intuitivo Pietro Ubaldi teria enviado ao VI Congresso Espírita Pan-americano realizado em Outubro de 1963, em Buenos Aires, uma tese que gerara alguma celeuma à época onde, segundo o tal artigo, Ubaldi preconizava que o Espiritismo:
1 - Teria estacionado na teoria da reencarnação e na prática mediúnica;
2 – Ele não possui um sistema conceptual completo;
3 – Sua filosofia é limitada não oferecendo, pois, uma visão completa do Todo e não abrange todos os momentos da Lei;
4 – Não elaborou uma teologia espírito-científica; e que o mesmo:
5 – Corre o risco de ficar parado ao nível de Allan Kardec.
E, por tais razões, Ubaldi teria oferecido sua Doutrina, hoje enfeixada em vinte e quatro volumes, ao Espiritismo.
Para o que, segundo o referido artigo de Rizzini, o professor Herculano Pires teria feito as seguintes considerações, item por item, refutando Pietro Ubaldi:
1 – O Espiritismo é uma doutrina evolucionista, como provam suas obras fundamentais e o seu imenso desenvolvimento em apenas cem (100) anos de existência.
Sim, de fato (e expondo seguidamente em negrito e com aspas), reflito que:
“O Espiritismo é uma doutrina evolucionista sim, conquanto a paralisação de expressiva gama de seus profitentes; mas o que Ubaldi quisera expressar meus senhores, é que o Espiritismo de Kardec, por acatar em seus princípios apenas o Fenômeno Evolutivo - onde se insere a reencarnação - ele se estaciona no referido sem atentar para as suas causas, ou seja, conferidas ao sistema mais amplo e completo que compreende suas origens, no que se convencionara chamar de Fenômeno Involutivo-Evolutivo, o que, aliás, tal fenômeno fora confirmado por algo similar a um consenso universal, onde os Espíritos, por diversos médiuns estranhos uns aos outros, e inclusive no Brasil, com ‘Emmanuel’ e ‘André Luiz’, ratificaram a verdade das luzes que conduziram o trabalho de ‘Sua Voz’ pela intuitividade ubaldiana”.
Passando ao próximo item, vejamos como Herculano Pires retruca ao sábio intuitivo Pietro Ubaldi:
2 – O sistema conceptual espírita é completo, e sua síntese está em ‘O Livro dos Espíritos’.
No que respondo em defesa a Pietro Ubaldi que:
“A retórica de Herculano Pires, mais uma vez, está equivocada, pois Kardec mesmo infere que: ’O Livro dos Espíritos’ não é um tratado completo do Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação. (Vide: Revista Espírita – AK - Julho de 1866 – Edicel)”.
“Tendo dito o mesmo noutras partes de sua obra, como por exemplo, em ‘Obras Póstumas’, onde Kardec dizia aguardar o que ele mesmo chamou de ‘Espiritismo Completo’ que lhe daria todos os desenvolvimentos que as circunstâncias ulteriores comportassem”.
“O que, aliás, defendo em minhas teses e em parte de uma dezena de livros (e.Books): que o ‘Espiritismo Completo’ já se patenteara no século vinte com a conexão doutrinária Kardec-Ubaldi, frisando que suas obras se entrosam e se unificam compondo uma sinfonia única, acrescentada, ao demais, pelas contribuições doutrinárias do notável medianeiro Francisco Cândido Xavier”.
Mas prossigamos com Herculano Pires:
3 – A Filosofia Espírita não pode abranger o Todo e muito menos todos os momentos da Lei de Deus, porque isso não está ao alcance de nenhuma elaboração mental, no plano relativo da vida terrena.
E questiono ao mesmo:
“Óbvio que a filosofia contida no Espiritismo de Kardec, em seus poucos anos de elaboração (quinze anos) no século dezenove, não poderia - como doutrina incompleta - abranger o Todo e tampouco os mais diversos momentos da Lei, o que não significa, em tempo algum, que, em seus desenvolvimentos pelos mais importantes missionários do Cristo, ela não o poderia fazê-lo, pois Kardec é o ‘abc’, é o início de tudo em matéria de Espiritismo organizado, e Pietro Ubaldi, em associação com o renomado Xavier, são os seus mais reluzentes completadores do século vinte que, se não resolvem tudo do Todo, nem por isto se pode menoscabar suas obras, as quais poderiam, de certo ponto de vista – na elaboração e no conúbio mental com ‘Sua Voz’, ‘Emmanuel’ e ‘André Luiz’ - representar-se, sim, o sonho de Kardec quando o mesmo se referira ao ‘Espiritismo Completo’, que ansiosamente aguardava”.
“Isto nada mais é que pura questão de bom senso, exceto pelos mais ortodoxos do Espiritismo que preferem vê-lo engessado e paralisado no passado como eles próprios que, por sua livre e espontânea vontade, os são”.
Mas prossigamos com a divulgada página de Rizzini onde ele, mais uma vez, cita a resposta argumentativa de J. Herculano Pires.
4 - A Teologia espírita é limitada às possibilidades atuais do conhecimento de Deus, segundo ensina Allan Kardec, e essas possibilidades não admitem ainda a criação na Terra de uma Teologia científica, nem dentro e nem fora do Espiritismo.
Como se vê, mais uma vez:
“Trata-se do velho argumento dos que se situam no século dezenove, nos tão-só quinze anos de elaboração doutrinária de Allan Kardec. Ora, meus queridos, a humanidade já adentrou o século vinte e um; já se passaram cento e cinquenta anos desde Kardec, e no século vinte, Pietro Ubaldi nos fizera o legado de vinte e quatro volumosos tratados do Monismo cuja Teologia científica desenvolvera quatro importantes volumes editados pela Fundapu: ‘A Grande Síntese’, ‘Deus e Universo’, ‘O Sistema’ e ‘Queda e Salvação’, todos eles abarcando avançadas teses filosóficas, matemáticas e científicas de sua Teologia que o Herculano, pelo visto, desconhecia em sua vasta amplitude, ou, por despeito, não reconhecia por sua visão tão-só concentrada na defesa do ‘infalível’ Espiritismo de Allan Kardec, discriminando tudo o mais, bem como todas as novas revelações que contribuíram e contribuem com os progressos reais do Espiritismo kardequiano, e mais, se mostrando juiz implacável de certas expressões, sobretudo de Ubaldi, quando se sabe de sua problemática mediúnica, de suas filtragens pelo cérebro do médium onde tais são suscetíveis de se dar, pois se deram, inclusive, com os médiuns dos tempos de Kardec que, por sua vez, não se abstinha de corrigi-las quando houvesse necessidade, e, inclusive, quando não houvesse, cometendo equívocos como o retratado logo acima na mensagem de Jesus de Nazaré, confundido e trocado pelo Espírito de Verdade”.
“O fato é que o Sr. Herculano também desempenhara sua respeitosa missão junto ao Espiritismo, mas não lhe competia, como escritor e como filósofo, ir além de suas atribuições e possibilidades do terra-a-terra, o que, aliás, fora reservado ao intuitivo da úmbria por sua evolução que, segundo Emmanuel: ”Pietro Ubaldi interpreta o pensamento de altas esferas espirituais”.
“E que não se pense que Ubaldi se achava um médium não suscetível de falhas e de possíveis equívocos; isto não, pois que, na obra ‘Comentários’ (PU - Fundapu), por exemplo, e, se referindo à ‘Grande Síntese’ (PU – Fundapu), alegava humildemente”:
“Poder-se-á (da obra) discutir algum termo, algum pormenor, poder-se-á levantar a acusação de alguma inexatidão, mas já não se pode duvidar do conjunto, da profundidade da visão universal, de sua organicidade que corresponde à realidade do fenômeno...”. (Opus Cit.).
E, por fim, temos o item último, onde Ubaldi se referira ao risco do Espiritismo ficar paralisado ao nível de Allan Kardec, quando Herculano Pires retruca que:
5 - O nível de Allan Kardec não é o do Espiritismo, mas sim o nível do Espírito de Verdade, de quem Kardec, segundo dizia, foi um simples secretário.
“Ou seja, daquele mesmo Espírito de Verdade que Kardec substituíra (ou confundira, não sei ao certo) da comunicação atribuída a Jesus de Nazaré! Mas então Jesus, para Kardec, não poderia, mediunicamente, comunicar-se com os homens? E por que não se Jesus é um Espírito como todos nós o somos, com a diferença óbvia de sua mais alta evolução?”.
“De qualquer maneira, e sem mais discussões, eu tenho convicções de que o senhor Herculano entendera bem o recado de Ubaldi que, nesta questão última, sobretudo, estava se referindo, claramente, a figuras ortodoxas, como ele mesmo - defensor encabestrado de Allan Kardec - que, por sinal, eu também defendo o codificador em minhas lidas doutrinárias, mas, de minha parte, reconheço, não só seus indiscutíveis acertos como também suas limitações aos níveis filosóficos e doutrinários, bem como seus erros científicos e outros mais, não o endeusando em tempo algum, ressaltando, portanto, suas qualidades de ter sido um grande missionário do Cristo, assim como Pietro Ubaldi e Francisco Cândido Xavier igualmente os foram, condignamente”.
Finalizo, assim, dando minha resposta ao autor do texto e do respeitoso espiritista que evocara para suas críticas que contam agora, igualmente, com uma explicação mais razoável da pessoa e da importante obra de Pietro Ubaldi e de Francisco Cândido Xavier onde se ressaltam as exponenciais figuras de ‘Sua Voz’, de ‘Emmanuel’ e de ‘André Luiz’.
E não se preocupem – meus queridos - em recusar a obra que Pietro Ubaldi legara ao Espiritismo, pois que, na verdade, vossas senhorias podem até se rebelar, espernear e choramingar o quanto quiserem, haja vista que, no campo espiritista, que, afinal, é um campo universalista, vale a Vontade do Supremo e dos Espíritos superiores e não suas equivocadas e relativas interpretações pessoais.
O Espiritismo é complexo demais, e, portanto, não abarcável pelas mentes concretas e reacionárias de alguns pares! Mas é assim mesmo: formamos uma corrente que vai dos abismos aos céus, estando alguns dos humanos mais próximos da Pré-lógica, e outros, se avizinhando da Superconsciência dos Justos e dos Sábios.
Articulista: Fernando Rosemberg Patrocínio
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http://fernandorpatrocinio.blogspot.com.br